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sábado, 28 de março de 2009

Magia - Ciência Prática (Religião)

O mago principiante professará uma religião universal. Ele aprenderá que cada religião possui seus lados bons, mas também seus lados obscuros. Ele conservará para si o melhor dela e não dará atenção às suas fraquezas. Com isso não queremos dizer que ele deva adotar todas as religiões, mas que deve dar a devida atenção a cada uma delas, pois cada uma possui seu próprio princípio divino, quer se trate do cristianismo, do budismo, do islamismo, etc.

Fundamentalmente ele pode permanecer fiel à sua própria religião. Mas na verdade ele não se sentirá satisfeito com os dogmas oficiais da sua Igreja, a tentará penetrar mais profundamente no reino de Deus. Esse é o objetivo da nossa iniciação. O mago deverá criar sua própria visão de mundo de acordo com as leis universais, a esta será sua verdadeira religião. Ele deverá observar que todo defensor da própria religião, apesar das fraquezas da mesma, está sempre empenhado em apresentá-la como a melhor de todas. Mas toda verdade religiosa é relativa, e a sua compreensão depende da maturidade de cada indivíduo.

É por isso que sob esse aspecto o iniciado deve aceitar o direito de cada um, e também não tentar desviá-lo de sua verdade, criticá-lo ou até julgá-lo. No âmago de sua alma ele poderá até apiedar-se dos fanáticos ou dos ateus, mas não deverá demonstrá-lo externamente. Cada um deve agarrar-se àquilo em que acredita a que o deixa feliz a satisfeito. Se todos adotassem essa prescrição não existiria ódio nem intolerância religiosa, e não haveria realmente nenhum motivo para as divergências de opinião. Todas as linhas espiritualistas poderiam conviver tranquilamente, lado a lado.

Mas é diferente quando um buscador, que não se satisfaz com o materialismo nem com os dogmas religiosos a anseia pelo alimento espiritual, pede conselhos a instruções a um iniciado. Nesse caso o iniciado tem o dever de esclarecer esse buscador, levando em conta a sua capacidade de compreensão. O mago não deve poupar tempo nem esforço para transmitir seus tesouros espirituais ao buscador a guiá-lo em direção à luz.

Retirado do Livro: Magia Prática de Franz Bardon