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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Solução dos Problemas Filosóficos - 2ª Série

Por Eliphas Levi


Pergunta − O que é o homem?
Resposta − O homem é um ser inteligente e corporal feito à imagem de Deus e do mundo, uno em essência, triplo em substância, imortal e mortal.

P − Dizeis triplo em substância. Teria o homem duas almas ou dois corpos?
R − Não. Tem em si uma alma espiritual, um corpo material e um mediador plástico.

P − Qual é a substância desse mediador?
R − É a luz em parte volátil e em parte fixada.

P − O que é a parte volátil dessa luz?
R − É o fluido magnético.

P − E a parte fixada?
R − É o corpo fluídico ou arornal.

P − A existência desse corpo é demonstrada?
R − Sim, pelas experiências mais curiosas e mais conclusivas. Falaremos disso na terceira parte deste livro.

P − Essas experiências são artigos de fé?
R − Não, pertencem à ciência.

P − Mas a ciência preocupar−se−ia com isso?
R − Ela já se preocupa, uma vez que escrevemos este livro e uma vez que o ledes.

P − Dai−nos algumas noções sobre esse mediador plástico.
R − Ele é formado por uma luz astral ou terrestre e transmite ao corpo humano a dupla imantação. Ao agir sobre essa luz, a alma, por suas volições, pode dissolvê−la ou coagulá−la, projetá−la ou atraí−la. Ela é o espelho da imaginação e dos sonhos. Reage sobre o sistema nervoso e produz, assim, os movimentos do corpo. Essa luz pode dilatar−se indefinidamente e comunicar suas imagens a distâncias consideráveis, ela imanta os corpos submetidos à ação do homem e pode, fechando−se, atraí−los para si. Pode assumir todas as formas evocadas pelo pensamento e, nas coagulações passageiras de sua parte resplandecente, aparecer aos olhos e até mesmo oferecer uma espécie de resistência ao contato. Se essas manifestações e esses usos do mediador plástico são anormais, o instrumento luminoso não pode produzi−las sem ser falseado e causam necessariamente ou alucinação ou loucura.

P − O que é o magnetismo animal?
R − É a ação de um mediador plástico sobre um outro para dissolver ou coagular. Aumentando a elasticidade da luz vital e sua força de projeção, ela é enviada tão longe quanto se deseje e é retirada totalmente carregada de imagens, mas é preciso que essa operação seja favorecida pelo sono do sujeito, que se produz com maior coagulação da parte fixa de seu mediador.

P − O magnetismo é contrário à moral e à religião?
R − Sim, quando dele se abusa.

P − O que é abusar dele?
R − É servir−se dele de maneira desordenada ou para um fim desordenado.

P − O que é um magnetismo desordenado?
R − É uma emissão fluídica malsã e feita com más intenções, por exemplo, para saber os segredos dos outros ou para chegar a fins injustos.

P − Qual é, então, seu resultado?
R − Falseia no magnetizador e no magnetizado o instrumento fluídico de precisão. E é a essa causa que se devem atribuir as imoralidades e as loucuras reprovadas num grande número de pessoas que lidam com o magnetismo.

P − Quais as condições necessárias para se magnetizar convenientemente?
R − A saúde do espírito e do corpo; a intenção reta e a prática discreta.

P − Que vantagens pode−se obter pelo magnetismo bem dirigido?
R − A cura das doenças nervosas, a análise dos pressentimentos, o restabelecimento das harmonias fluídicas, a descoberta de alguns segredos da natureza.

P − Explicai−nos tudo isso de uma maneira mais completa.
R − Nós o faremos na terceira parte desta obra que tratará especialmente dos mistérios da natureza.